Muitas vezes utilizamos palavras como “frio” e “quente” para descrever uma pessoa como, por exemplo, “João foi muito frio, ele tomou aquela decisão sem pensar duas vezes.” Isso indica que João se decidiu sem que as emoções afetassem na sua decisão. Também podemos dizer que alguma coisa é “quente” ou “fria”: “Tenho uma dica quente para essa corrida de cavalos.” Nesse caso, “quente” descreve a dica como “boa” e “nova”.
Uma pesquisa de 2009 mostrou que os efeitos das temperaturas vão além dessas metáforas. Ela indica que aumentar a temperatura em alguns graus tornam as pessoas física e emocionalmente mais sociáveis.
Em três experimentos, situações de calor, quando comparadas com situações frias, provocaram:
- Maior proximidade social;
- Uso de uma linguagem mais concreta;
- Um foco maior nas relações.
Essas diferentes temperaturas foram criadas de duas maneiras:
- Experimento 1: Foram entregues bebidas quentes ou frias para os participantes;
- Experimentos 2 e 3: Os ambientes em questão foram aquecidos ou esfriados.
Talvez, para nós que moramos no Brasil (onde temos temperaturas elevadas), é difícil de imaginar que podemos trocar uma bebida gelada (refrigerante, cerveja, etc) por uma quente (chá, café, etc) para tornar uma festa mais sociável. Mas se pensarmos em países onde são necessários aquecedores para controlar a temperatura do ambiente, podemos imaginar que se as pessoas estiverem com frio na festa, elas tenderão a ficar mais retraídas (com casacos, braços cruzados, etc) para se aquecerem, dificultando as relações sociais. Então, nesses casos, seria legal dar uma turbinada no aquecedor.
Fonte
Artigo “The thermometer of social relations: mapping social proximity on temperature”.