Curiosidades sobre Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (1882-1948) foi um dos principais escritores brasileiros, sendo nacional e mundialmente conhecido pela sua produção literária para o público infantil. Nasceu em Taubaté/SP, que, em função de seu filho mais ilustre, recebeu a denominação de capital da literatura infantil. Perto de Taubaté há uma cidade batizada com o seu nome, já que na região ele era proprietário da fazenda do Visconde, atualmente Sítio do Pica-pau Amarelo. Na data do seu nascimento, 18 de abril, é celebrado o Dia Nacional do Livro Infantil.

Aqui temos algumas curiosidades sobre José Bento Renato Monteiro Lobato. Vamos lá?

Monteiro Lobato e a literatura infantil

É no campo da literatura para as crianças que a obra de Monteiro Lobato foi eternizada. As histórias do Sítio do Pica-pau Amarelo estão presentes no imaginário tanto de adultos como das crianças. Tendo como personagens Narizinho, Pedrinho, Dona Benta, Tia Nastácia, a boneca Emília, o Visconde de Sabugosa, o Rabicó, Quindim, além de figuras do nosso folclore como o Saci e a Cuca, há inúmeras e inesquecíveis aventuras contadas pelas crianças, inventadas por Dona Benta, Tia Nastácia ou pelos outros personagens.

A opção de Monteiro Lobato pela literatura infantil

Alguns pesquisadores da obra de Monteiro Lobato enfatizam que em determinado momento de sua carreira ele teria direcionado sua produção literária às crianças por enxergar nelas uma possibilidade transformadora futura. Teria dito: “de escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para as crianças, um livro é todo um mundo”.

Monteiro Lobato nas telas

O Sítio (e a turma do Sítio) do Pica-pau Amarelo já foi alvo de diversas adaptações para o cinema e televisão. No cinema, a primeira versão foi O Saci, de 1951, seguido de O Pica-pau Amarelo, de 1973. Na televisão, as aventuras da turma do Sítio já foram exibidas na extinta TV Tupi, entre 1952 e 1963 e entre 1977 e 1986, na Rede Globo, juntamente com a TV Educativa. A Rede Globo posteriormente fez nova adaptação, que foi ao ar entre 2001 e 2007, com direito a música tema de Gilberto Gil.

Monteiro Lobato e o meio ambiente

Monteiro Lobato também foi um homem à frente do seu tempo na defesa do meio ambiente. Nos artigos jornalísticos reunidos em A onda verde (1922), o escritor condena a manutenção de pássaros em cativeiros, os incêndios nas florestas, as armadilhas e arapucas para captura de animais, a caça às baleias, dentre outros. Ainda encontrou espaço neste mesmo livro para falar sobre o futebol, que vinha crescendo no gosto popular, dialeto caipira e a Primeira Guerra Mundial.

Monteiro Lobato: atuando em várias frentes

Ainda que seja, de forma justa, por sua obra literária e particularmente a literatura infantil, Monteiro Lobato atuou em diferentes áreas. Trabalhou com energias alternativas, produção agrícola, em grupos editoriais e foi até adido comercial do Brasil nos Estados Unidos, durante o governo de Washington Luís (1869-1957).

Monteiro Lobato era racista?

Ainda que pairem controvérsias sobre esta questão, é muito provável que a resposta para esta pergunta seja afirmativa. Além de vários textos, fragmentos e simbolismos alusivos ou abertamente racistas presentes em sua obra, Monteiro Lobato foi membro destacado da SESP – Sociedade Eugênica de São Paulo, fundada em 1918 e a primeira da América Latina. Sabe-se que a eugenia significa “bom em sua origem” ou “bem nascido” e que prega a purificação da raça branca, além de esterilização e segregação de negros e outras etnias.

O visionário Monteiro Lobato – Parte 1

Em O Presidente Negro (primeira edição de 1926), uma de suas obras pouco difundidas, Monteiro Lobato projeta uma disputa presidencial nos Estados Unidos entre homens brancos, mulheres e negros em 2228. Com a divisão dos votos entre homens brancos e mulheres, Jim Roy, o candidato negro, é eleito Presidente dos EUA. Mas os brancos se unem, Jim Roy é encontrado morto, e as coisas retornam à uma suposta “normalidade”.

Curiosamente, em 2008, Barack Obama e Hilary Clinton protagonizaram uma acirrada disputa para a candidatura à Presidência dos EUA pelo Partido Democrático, com vitória para o primeiro, que, posteriormente, se tornou o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. John Kerry, outro postulante a candidato democrata, também era branco, completando o quadro imaginado por Lobato.

O visionário Monteiro Lobato – Parte 2

Em O Presidente Negro, Monteiro Lobato teria se antecipado à algumas coisas que hoje fazem parte do nosso cotidiano. Ele prevê, por exemplo, o “teletrabalho” ou “home office” ao mencionar que o trabalhador “fará o seu serviço em casa e o radiará para o escritório”. Os jornais seriam “radiados e impressos em caracteres luminosos”. Até a educação à distância consta dos seus escritos, pois “as lições seriam radiadas diretamente para a casa das alunas”. 

O Jeca Tatu

Um dos personagens mais emblemáticos de Monteiro Lobato, o Jeca Tatu apareceu no livro Urupês, de 1918 e simboliza, no caipira do interior, o atraso, a ignorância, o abandono à própria sorte e à fome, exceto se houver um golpe de sorte ou intervenção divina. É uma crítica extremamente ácida ao Brasil, predominantemente rural à época. Foi representado de forma genial no cinema por Mazzaropi que, contraditoriamente à figura do Jeca, ganhou muito dinheiro como ator e foi eternizado como um dos maiores comediantes brasileiros.

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