As baratas são o motivo de reações de medo e nojo por alguns de nós. Quem nunca ficou atrás de uma barata, de vassoura em punho, buscando eliminá-la do seu recinto? Mesmo com sua aparência um tanto estranha, as baratas não deixam de ser fascinantes, e são o símbolo máximo de resiliência. Saiba o porquê.
As baratas existem há milhões de anos
As baratas possuem corpo ovalado a achatado, e os machos possuem um par de asas. O termo popular “barata” representa na verdade cerca de 4.600 espécies que compõem a ordem Blattodea, que faz parte da classe dos insetos. Estudos mais recentes colocam os cupins como integrantes da mesma ordem das baratas, o que tem sido tema de um grande debate. Estima-se que os Blattodea tenham surgido há cerca de 240 milhões de anos atrás, o que significa que esses insetos viram os dinossauros surgirem e serem extintos.
As baratas são muito importantes na natureza
A maioria das baratas são onívoras detritívoras, o que significa o mesmo que “come qualquer coisa, vegetal ou animal, desde que em decomposição”. Um grupo restrito de baratas também consome madeira em decomposição, como os próprios cupins. As fezes das baratas são ricas em nitrogênio, e isso representa um outro nível de importância, pois o nitrogênio liberado no solo nutre as plantas. Por outro lado, pássaros e roedores se alimentam de baratas. Isso as torna importante não só no equilíbrio da teia alimentar, como são vitais no ciclo do nitrogênio.
As baratas se reproduzem rápido e em quantidade
As baratas são conhecidas pelo ciclo de vida rápido (vivem no máximo dois anos) e pela quantidade de filhotes (ninfas), possibilitando rápida colonização do local. Elas produzem uma espécie de pacote de ovos chamada ooteca, que pode ser colocada em um buraco, enterrada ou carregada. Enquanto a maioria das espécies de barata apenas larga a ooteca, algumas poucas cuidam dos seus filhotes. Cada ooteca pode conter de 12 a 40 ovos
Apenas algumas espécies de baratas são pragas
Menos de 1% das espécies de baratas são de fato “domésticas”. A barata-alemã (Blattella germânica) e a barata-americana (Periplaneta americana)são as que vemos com mais frequência nas nossas casas. Não somente estas espécies indicam acúmulo de lixo ou problemas de esgoto, como também podem causar alergia. As substâncias alergênicas podem estar no tegumento, na saliva e nas fezes, e podem causar asma, principalmente em crianças.
As baratas podem resistir a tudo… quase tudo
Muitos dos mitos sobre sobrevivência das baratas são verdade. Por exemplo, uma barata pode sobreviver por uma semana sem a cabeça. Apesar de comer praticamente de tudo, podem ficar um mês sem comer. Podem ficar sem respirar por 40 minutos. O controle de baratas com inseticidas nem sempre é eficiente, porque elas podem tolerar veneno.
Uma barata pode sobreviver a uma explosão/guerra nuclear?
Não exatamente. As baratas podem sim tolerar dez vezes mais radiação que um humano, o que é impressionante. Porém, fatores como comida limitada e mutações passadas de geração a geração podem destruir as baratas (e outros insetos) a longo prazo.